Todo círculo é vicioso
Todo vicio é circular
Assim é o desejo
A vontade de amar
Dá-se volta pelo mundo
Sem se sair do lugar
Se pensa que está doente
Com o peito quase a sangrar
Qual um rio caudaloso
Que vai desaguar no mar
A diferença é que o rio
Tem começo meio e fim
Diferente desse impulso
Que não se afasta de mim
Que machuca e dói na alma
Mas que faz bem mesmo assim
Que faz sonhar acordado
Que faz noites não ter fim
Leva a flutuar nas nuvens
Tamanha alucinação
Faz voar ao infinito
Mesmo sem sair do chão
Um sentimento cortante
Qual um fio de navalha
Mas que eleva o espírito
Seja de nobre ou de rico
Seja de nobre ou de rude
Como num círculo igualmente
Que deixa a todos contente
Se tem no peito a semente
Desse sentimento nobre
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