D I V A G A N D O

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I N E X O R A V E L M E N T E

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pedra imóvel

Do viver passei somente a existir

Desde quando enclausurei-me em meu mundinho.

Optei por trilhar por um caminho

Onde inexistem os deslumbres das paixões.

Talvez porque só tive desilusões

Que ofuscaram toda estrada colorida.

Se morre um pouco quando entende-se que a vida

Perde o brilho se se olvida as emoções.

Mesmo que eu tivesse mil razões

Prá tentar recomeçar não o faria.

Pois me tornei insensível a cada dia

Tal qual pedras imóveis num deserto.

Mesmo sabendo que isso não é certo

Sigo em frente pois sei não tem mais volta.

Não há mais tempo prá mudar de rota

Sendo assim só me resta essa opção.

Se perdí o senso e a razão

Sei que faz parte prá mim não não mais importa.
Recados de Cachorros para Orkut

domingo, 26 de setembro de 2010

Uma peça mal escrita

Já faz um tempo desaguor no meu deserto


Rio perene dos dissabores da vida.


Certo que encontraria solo fértil


Plantou semente que germinou em seguida.


E n'aridez de corações insensíveis


Me dediquei a regar frequentemente.


Qual numa peça teatral mal dirigida


Em labirintos me entranhei inconsequente.


Em cada ato antes que o pano se abrisse


Fují talvez, temendo ser imprudente.

Recados de Animais para Orkut

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Num corcel alado

Um navegar sem ter leme


Um lançar-se em alto-mar.


Um querer fugir de tudo


Um ir a perambular.


Um num tuor imaginário


Um caminhar sem cessar.


Um sobrevoar as nuvens


Um sentir-se a flutuar.


Um quase sem esperanças


Um sem forças prá remar.


Um em meio a tempestade


Num corcel a galopar.


Um em plena primavera


Não ver flores pelo chão.


Um num coração vazio


Um em plena solidão.


Um sem ter destino certo


Um seguir sem direção.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sonho boreal

Como é difícil definir um sentimento

Que invade o peito sempre em alta madrugada.

Rememoramos muita vez grandes momentos

Bem vividos ao longo da jornada.

Prá sublinhar ainda mais tal nostalgia

Pela frestra da janela a lua entra.

Sinuosa e romanceira enuncia

Qual melodia inebriante que acalenta.

E as horas passam sem ter pressa lentamente

Tão reticentes qual neblina matinal.

Quase amanhece e vem o sono a gente dorme

Tem sonhos belos qual aurora boreal.




sábado, 18 de setembro de 2010

Insensatez

Vem a noite novamente e a lua brilha

No horizonte de mistério a luz se faz

O vento úmido em meados de setembro

Permeia os céus e divago uma vez mais.

Saio ao jardim e vejo orvalho sobre as flores

E o meu delírio renitente se compráz.

É retumbante um grito preso na garganta

Insensatez querer sofrer uma vez mais.


Altos devaneios... clik e ouça

Recados de Borboletas para Orkut

Matéria prima

Fantasia sai da mente

De quem se diz aonhador.

Será que o poeta mente

Ou externa a sua dor?

Por vezes a gente sente

Numa frase numa rima

Chega a ouvidar desditas

E dar a volta por cima.

Noutras, naufragamos sem ação

Pois é da tal solidão

Do verso a matéria prima.



Recados de Magico-e-mistico para Orkut

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Tempometaforizando

Penso no tempo

Do tempo qu'eu dedicava

Todo tempo que passava

O tempo todo enamorado.

E aquele tempo

Que o tempo levou embora

Fui gravando na memória

Todo tempo enebriado.

Acreditando

Que o tempo reservaria

Um tempo de auges dias

Com os sonhos desbravados.

Tava enganado

Pois o tempo foi cruel

E o tempo lua de mel

Ficou no tempo encalhado.

Recados de Anjos para Orkut

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desmaterializando a matéria

Desmaterializando a matéria

Materializando o fictíco.

É como se mirasse numa tela

Anseios e desejos, que suplício!

Os dias parecem ser mais breves

As noites, longas, intermináveis.

Infértil, a mente sequer se atreve

Tentar transpor essa densa tempestade.

Qual águas turvas num rio caudaloso

Qual neve espessa, qual nuvem de fumaça.

Tal qual relógio que se quebra a cada instante

Num contra-senso lentamente o tempo passa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um tuor imaginário

Ao mirar uma estrêla bem distante

Fiquei tonto um tanto cambaleante.

Sei que está a bilhões de anos-luz

Mas seu brilho deslumbrante me seduz.

Quiçá noutra galáxia muito além

Quem me dera poder lá está também.

Chegui a consultar meu mapa astral

Divaguei nesse cósmo sideral.

Para o Satélite que nos guia apelei

Tudo em vão: pois não te encontrei.

Pegar carona num cometa desejei

Pois no horizonte a silueta vislumbrei.

Despertei de'um cochilo de momento

Desses que a gente faz um tuor em pensamento

E quando acorda, desperta prá razão

Se dá conta que sonhar não é em vão.

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nebulosa noite de setembro

Nebulosa noite de setembro

Insistene a chuva fina toca o solo

Rememoro quando a tinha em meu colo

Embriagando-me com o seu doce veneno

E na magia própria dos amantes

Almeijava retardar o amanhecer

Acreditava ser peranes tais instantes

Mas o destino negou o meu querer

Queima o peito qual larvas dum vulcão

Tão fulgaz qual faíscas de trovão

E nas cores de arco-íris que pintei

Qual nas mal-traçadas linhas q'inventei

Uma palavra resume o meu intento

Talvez a que mais sintetiza um lamento:

SOLIDÃO.

Recados de Magico-e-mistico para Orkut

Pedaço

Tal qual poeira do tempo uma alma já cansada

Deixa uma vida sem vida qual folhas secas na'estrada

Que por tantos desenganos a porta sequer entre-aberta

Inascessível aos deslumbres aos apelos dos poetas.